O que é a Filosofia para o Rosacruz? Por SERGE TOUSSAINT, FRC Pretendo fazer uma reflexão sobre um tema que me é muito caro, a saber: a Filosofia. Com efeito, como Rosacruzes que somos, gostamos de nos definir como filósofos e nossa Ordem é de natureza filosófica. É por isto que pretendo participar-lhes meu ponto de vista sobre o tema e confiar-lhes fraternalmente o que me inspira. Em primeiro lugar, é útil recordar que a palavra filosofia pode ser definida de duas maneiras. Literalmente quer dizer amor à sabedoria, porém por extensão também significa ciência da vida. Ainda que estas duas definições sejam complementares, sem dúvida expressam noções, conceitos e ideais diferentes. Vamos examiná-los e ver no que implicam em nossa busca espiritual. Desta maneira, podemos pôr em evidência o ideal de comportamento que deve nos animar, não só quando estamos entre Rosacruzes, mas também em nossa vida cotidiana, em contato com nossos irmãos e irmãs do mundo na sociedade em que vivemos. O Amor à Sabedoria Se considerarmos a primeira definição da palavra filosofia, ou seja amor à Sabedoria, deduzimos que um filósofo, no sentido nobre deste termo, é alguém que ama a sabedoria. Dizem que foi Pitágoras quem deu origem à palavra filosofia. Antes dele, os filósofos da Grécia Antiga eram chamados de sábios. O Conselho dos Sábios, era uma instituição em Atenas. Este Conselho reunia os maiores pensadores da época, os quais eram encarregados de refletir e legislar acerca dos problemas sociais que se apresentavam, fossem eles no campo da moral, da economia, da política, da religião etc. Foi assim que o próprio Pitágoras foi qualificado de sábio. Porém, como ele era particularmente modesto, considerava ser ainda demasiado imperfeito para merecer tal qualificação, por isso exigiu que não se referissem a ele como sábio, mas sim como alguém que amava a sabedoria, o que já considerava ser muito louvável. Assim nasce a palavra filosofia. Como sugerem as explicações precedentes, não se pode ser verdadeiramente um filósofo se não se tem humildade, isso todos nós sabemos. Porém, quem entre nós pode dizer do fundo da alma e consciência que é verdadeiramente humilde em pensamentos, palavras e atos? Quem entre nós, nunca sentiu a necessidade de chamar a atenção, de ocupar o centro de uma conversa, de dar sua opinião quando não foi solicitada, de fazer um inventário de seus méritos, de mostrar sua superioridade em tal ou qual campo etc? Mesmo assim, não nos devemos culpar ao saber que não somos tão humildes quanto gostaríamos, posto que necessariamente somos imperfeitos e evoluímos precisamente com o objetivo de nos aperfeiçoarmos. Se temos o sentimento de falta de humildade, devemos antes de tudo, aceitar esta condição e trabalhar sem descanso sobre nós mesmos para adquirir esta virtude. Paralelamente, e me parece uma prioridade, devemos fazer o possível para que os outros não sofram os efeitos negativos de nossos ataques de orgulho. Agindo assim, não só demonstramos o respeito e afeto que os outros merecem, mas também manifestamos o desejo de melhorar o nosso comportamento. Neste sentido, recordemos sempre que não é o fato de sermos imperfeitos que gera dívida cármica, mas a falta de esforço para nos aperfeiçoarmos. É evidente que ser sábio não se limita a dar prova de humildade. Ser sábio reside em reunir todas as virtudes inerentes a alma humana que cada um de nós deve adquirir no transcurso de sua evolução espiritual, de encarnação em encarnação. É pois ser paciente, confiante, tolerante, altruísta, íntegro, pacífico etc. Então, ser filósofo no primeiro sentido, não consiste em ser necessariamente sábio, mas ter a sabedoria como um ideal a alcançar, é amar a sabedoria. Dito de outra maneira, é primeiro e antes de tudo estar animado pelo amor daquilo que é bom no comportamento humano. Isto supõe que podemos ser filósofos sendo imperfeitos com a condição de nos esforçamos em ser perfeitos. À medida que somos Rosacruzes, somos também filósofos posto que podemos não ser ainda sábios, mas efetivamente aspiramos a chegar a ser melhores e expressar a Sabedoria Divina em nossa maneira de viver. Porém, o filósofo que somos não deve limitar-se a amar o que há de bom no comportamento humano e fazer todo o possível para conformar-se com a vida cotidiana. Devemos com a mesma energia transmitir esse amor aos outros e dar-lhes o desejo de interessar-se pela filosofia. Isto é, devemos atuar de maneira tal que eles mesmos cheguem a amar e a buscar a sabedoria, fim último da conquista humana. Disto deduzimos que a filosofia no sentido de amor à sabedoria implica, igualmente, o amor pelos outros, a ponto de desejar que cheguem a ser mais virtuosos que nós mesmos em seus comportamentos e assim conheçam as mais belas bênçãos de Deus, com tudo o que resulta em termos e felicidade e Paz Profunda. Ser filósofo, é pois, amar a sabedoria por si mesmo, porém de igual maneira para os demais. É querer que os outros a amem e a possuam. Também é orar para que a adquiram, posto que cada um que a obtenha é um instrumento do Bem entre os homens e faz um mundo melhor. Nunca esqueçamos que a humanidade inteira se eleva cada vez que um só ser humano faz uso da sabedoria. O que finalmente nos leva a dizer que a filosofia, na expressão mais pura do termo em seu sentido literal, é o amor de Deus, tal como se manifesta por meio do Homem, seja ele quem for. A Ciência da Vida Vamos agora ao segundo sentido da palavra filosofia, ou seja, o sentido de ciência da vida. A vida, como sabemos, serve de suporte à evolução da Alma Humana. Com efeito, é porque ela possui um corpo físico que é capaz de evoluir no plano terrestre. Sem ele, não pode adquirir as lições graças as quais deve aperfeiçoar-se e tomar consciência gradualmente de sua perfeição latente, em benefício de sua reintegração final e definitiva na Onisciência Divina. Para nós, tal coisa é evidente, mas a maioria das pessoas ignora essa evidência. Para a maior parte delas, a vida é um interlúdio
A Ontologia Rosacruz
Serge Toussaint – F.R.C. 1) Deus é a Inteligência Universal que pensou, manifestou e animou a Criação segundo Leis imutáveis e perfeitas. 2) Toda a Criação está impregnada de uma Alma Universal que evolui para a perfeição de sua própria natureza. 3) A vida é o suporte da evolução cósmica, tal com se manifesta no universo e na Terra. 4) A matéria deve sua existência a uma energia vibratória que se propaga por todo o universo e de que o átomo está impregnado. 5) O tempo e o espaço só existem para a consciência humana e não têm realidade material fora dela. 6) O ser humano é dual em sua natureza e trino em sua manifestação. 7) A alma encarna no corpo da criança no momento em que ela inspira pela primeira vez, tornando-a um ser vivo e consciente. 8) O destino de cada ser humano é determinado pela maneira como ele aplica o seu livre arbítrio e pelo karma que disso resulta. 9) A morte ocorre no momento em que o ser humano faz sua última exalação e se traduz na separação definitiva entre o corpo e a alma. 10) A evolução espiritual do ser humano é regida pela reencarnação e tem por objetivo final que ele alcance a perfeição. 11) Há um reino supra-humano composto de todas as almas desencarnadas que povoam os planos invisíveis da Criação. 12) No final de sua evolução espiritual o ser humano alcança o estado de Mestre Cósmico e se torna um agente da Divindade. -Fonte: https://amorc.org.br/a-ontologia-rosacruz/
A Meditação
Robert E. Daniels, F.R.C. Hoje a meditação é assunto comum nas conversas. Todavia, o assunto não pode ser tratado descuidadamente. Tem uma força e um sentido pouco apreendidos pelo estudante comum. A meditação é um dos mais importantes recursos para atingirmos o objetivo que buscamos. Há, naturalmente, quem ache que ela seja a única técnica necessária para se alcançar maior compreensão da vida, mas ela é um dos recursos e meios para isso, não o único. Os ensinamentos Rosacruzes propõem uma técnica especial, desenvolvida através dos séculos, pela qual o Eu é inteiramente preparado para alcançar a completa harmonia e identificação com a Consciência Divina. Seria ilusório sugerir que apenas um único método poderia abrir caminho para essa realização. Contudo, a meditação nos prepara como nenhuma outra técnica, pois através de sua prática regular edificamos uma ponte entre nossa consciência e a alma interior. Esse contato com o Eu Interior pode surpreender e mesmo contraria muitas das ideias que mantemos no momento sobre nossa vida ou assuntos específicos. O elevado padrão ético de conduta que ele nos infundirá poderá desapontar muitas pessoas. É por isso que muitos abandonam a prática mística da meditação, pois ela nem sempre justifica o que pensamos ser certo e bom para nós e para os outros. Na meditação precisamos estar perfeitamente relaxados e desligados do nosso ambiente físico. Então, dirigimos nossa consciência para o íntimo através da concentração e, com o desejo sincero e profundo amor em nosso coração, harmonizamos nossa consciência com o Eu Interior. Devemos então nos manter completamente passivos e intimamente receptivos. Quanto maior a necessidade e quanto maior o amor em nosso coração enquanto meditarmos, maior será nosso proveito. A resposta ou a inspiração poderão vir no momento da meditação ou mais tarde. Isso não importa. Devemos nos colocar em meditação apenas poucos minutos, uma ou duas vezes no dia, se possível. Períodos mais longos não aumentam a eficácia da meditação. O que importa não é a quantidade, mas a qualidade de nossa experiência.
Uma Antiga Sabedoria para um Mundo Novo
Sou responsável pela guerra…. ou pela Paz!
https://www.youtube.com/watch?v=o9Mv21VPcg4 Sou responsável pela guerra… ou pela Paz! – Ralph Maxwell Lewis, FRC PELA GUERRA… Quando orgulhosamente faço uso da minha inteligência para prejudicar o meu semelhante. Quando menosprezo as opiniões alheias que diferem das minhas próprias. Quando desrespeito os direitos alheios. Quando cobiço aquilo que uma outra pessoa conseguiu honestamente. Quando abuso da minha superioridade de posição, privando outros de sua oportunidade para progredir. Se considero apenas a mim próprio e a meus parentes pessoas privilegiadas. Quando me concedo direitos para monopolizar recursos naturais. Se acredito que outras pessoas devem pensar e viver da mesma maneira que eu. Quando penso que sucesso na vida depende exclusivamente do poder, da fama e da riqueza. Quando penso que a mente das pessoas deve ser dominada pela força e não educada pela razão. Se acredito que o Deus de minha concepção é aquele em que os outros devem acreditar. Quando penso que o país em que nasce o indivíduo deve ser necessariamente o lugar onde ele tem de viver. PELA PAZ… Se direciono correta e construtivamente os poderes da minha mente. Se concedo ao meu semelhante o direito pleno de se expressar, de acordo com seu próprio entendimento das verdades da vida. Se reconheço que os meus direitos cessam quando se iniciam os direitos de outros, e aceito isso como um mínimo indispensável de disciplina. Se faço uso dos poderes interiores para criar as minhas próprias oportunidades. Se consigo promover a evolução dos que me cercam, sem considerar ameaçada a minha posição, e entendo que esta é a minha maior fonte de sucesso. Se compreendo que as Leis Divinas diferem das criadas pelo Homem, e que nenhum direito divino especial é concedido a alguém unicamente por seu berço. Se reconheço que os recursos naturais devem servir indistintamente a todas as formas de vida, e que não me cabem direitos exclusivos sobre eles. Se compreendo que nada é mais livre do que o pensamento e que o pensamento construtivo transforma o Homem, direcionando-o à sua verdadeira meta. Quando sinto que toda felicidade depende do simples fato de existir… de estar de bem com a vida. Se percebo que todo ser humano pode vir a ser um grato amigo, quando convencido pela argumentação sincera. Se considero que “a Alma de Deus adquire personalidade no Homem”, e que este só pode conceber Deus a partir de sua própria percepção da Divindade. Se reconheço a mim e ao meu semelhante como partes integrantes do universo e que a cada um cabe a busca do lugar onde melhor possa servir. “Se estou em paz, eu promovo a paz dos que me cercam. Por sua vez, eles promovem a paz daqueles que estão à sua volta e que também farão o mesmo. Então, a paz começa por mim! E sem ela não pode haver a necessária transformação social.”
Quem são eles
Quem São Eles?